SOBRE
Somos um grupo de escaladores, a maioria tendo começado a escalar na década de 1970, agregando alguns "novatos" mais recentes. Somos do tempo em que se escalava com lais-de-guia com arremate na cintura, um kichute no pé, e muita vontade, fazendo Sombra e Água Fresca que era 5o grau. Agora usamos Mythos e Fiveten, e o Sombra, que continua o mesmo, virou 6o grau. Para lançar luz nas forças que agem quando caímos, e de fato quanto as ancoragens precisam resistir, resolvemos há cerca de dois anos começar a estudar e pesquisar a fundo essas forças. Estamos trazendo esse conhecimento, embasado, medido, calculado pelo melhor da Física, confrontado com outros escaladores cientistas do mundo, onde não se aplicam regras de outros países sem testar, e o que vale é o que a ciência corrobora e a realidade dos experimentos, do registro histórico, dos bancos de dados, das técnicas das Engenharias de Segurança, de Confiabilidade e da Análise de Risco demonstram. É tudo o que você, leitor, vai encontrar aqui. Até a seção de colunas, onde há espaço para críticas, serão críticas argumentadas cientificamente ou no terreno técnico. O debate aqui é entre as ideias, com o uso da Física, da Matemática e das evidências objetivas. Brigam os ideias, não as pessoas. Finalmente, o saite aceita convites para palestras sobre a ciência da Física da escalada em rocha. Deixe sua solicitação no formulário de contato e daremos a atenção devida.
Alan Jarvis (ZA, UIAA) | Casey Smith (USA) | Dave Custer (USA, MIT) | David Reeve (AU, ACAQ) | Jean Pierre Van Der Weid (BR)
Luiz C. Fontenelle (BR) | Marcello Ramos (BR) | Paulo Ferreira (BR) | Pedro P. de Lima-e-Silva (BR) | Raphael Raine Forni (BR)
Agradecimentos
Agradecemos à colaboração amável dos especialistas e escaladores estrangeiros que atenderam a um pedido de ajuda do outro lado do mundo para produzir o primeiro saite brasileiro para escaladores brasileiros. Agradeço a Alan Jarvis, representante da África do Sul e apontado pela UIAA para responder questões pela ajuda e apoio desde a primeiríssima hora; a David Reeve, presidente da Australian Climbing Association at Queensland, por ter enviado seu modelo de risco e ter se colocado à disposição para as discussões; a Ulrich Leuthäusser, Físico austríaco que, além de enviar seus artigos, com os quais aprendi muito, usou suas sólidas Física e Matemática para corrigir as derivações feitas por mim; a Casey Smith, Físico americano, um desprendimento instantâneo em cooperar e cuja página da Calculadora de Forças me inspirou a ir mais fundo nesse estudo; em especial a Dave Custer, pesquisador do MIT, que trabalhou comigo lado a lado literalmente na derivação do modelo geral para vias positivas, e ainda vai revisar trabalhos futuros. Naturalmente, estou profundamente agradecido aos escaladores brasileiros que apoiaram a ideia e continuam contribuindo; e, finalmente mas não menos importante, um agradecimento atrasado, mas que seja público, ao montanhista Natanael de Oliveira, que me ensinou tanta coisa sobre as técnicas e a coragem de escalar uma montanha. Sem vocês isso não seria possível.
Acknowledgement
We thank the kind contribution of foreign experts who responded without question to a helping request from the other side of the world to help making the first Brazilian website dedicated to Brazilian climbers. We thank Alan Jarvis, South Africa's representative and UIAA-appointed expert, that promptly helped and supported the idea of the site from the outset; David Reeve, president of the Australian Climbing Association at Queensland, for submitting his risk model and making himself available for discussion; Ulrich Leuthäusser, an Austrian climber and physicist who, in addition to sending his papers, with which I learned a lot, used his Physics and Mathematics skills to correct the derivations made by me; to Casey Smith, an American physicist, which Force Calculator webpage inspired me to go deeper into the subject; especially Dave Custer, researcher at MIT, who worked with me literally side by side in deriving the general model for inclined routes, and offered himself to review future work. Of course, I am deeply grateful to the Brazilian friends named above, who supported the idea and contributed to the initiative; and last but not least, a late but public thankfulness to the climber Natanael de Oliveira, who taught me so much about the techniques and the courage to climb a mountain. Without you all, that would not be possible.
O saite* terá cinco seções inicialmente, uma dedicada aos artigos científicos em português, outra aos artigos científicos em inglês, uma dedicada às leis e normas que se aplicam ao esporte, em particular ao esporte profissional, uma dedicada a novas tecnologias, e, por fim, uma coluna mensal abordando questões importantes da atualidade, sempre com o foco na segurança do esporte, de forma objetiva. Há outras informações que vamos adicionando à medida que ficarem prontas, assim teremos de vez em quando uma surpresa, sempre no sentido de informar mais e melhor. Acreditamos que um maior e mais objetivo conhecimento das forças e dos riscos em jogo nos ajudará a tomar melhores e mais conscientes decisões, condição fundamental para um esporte que se dá ousando muito longe do chão.
(*) O aportuguesamento da palavra "saite" seguiu a tradição brasileira de se apoderar do som e adaptar a palavra, assim a fonética é mantida e a gramática fica ilibada. Exemplos são abajur (do francês abat-jour) e sanduíche (do inglês sandwich), dentre muitas outras. Orientação de Millôr Fernandes, dramaturgo, desenhista, humorista, poeta, escritor, diretor de teatro, considerado no Brasil e internacionalmente o melhor tradutor do país, já falecido.